Crítica | Battle Zone


★★★☆☆
3/5

Footwork nem sempre se resume à velocidade dos cortes em loops de bateria e samples fragmentados, embora Battle Zone, de DJ Elmoe, seja precisamente sobre isso. Mas, acima de tudo, é uma reconfiguração dessas marcas: tudo aqui flui de forma mais lenta, serena e gelada (“Turn My Head”).

E isso funciona bem. A desaceleração do motor que impulsiona o gênero não apenas reafirma a experiência de DJ Elmoe na cena, mas também molda Battle Zone em um ritmo próprio, adequado às suas explorações musicais. Com mais de uma década de trajetória, ele, só agora, lança um álbum com padrões de gravação refinados para ressoar profissionalmente.

Esse entendimento de si mesmo permite que suas referências e influências sejam incorporadas com precisão ao longo do disco. Um exemplo marcante é "Yes I Do", que traz um sample de “Madrugada”, de Arthur Verocai e Sanny Alves—um artista por quem DJ Elmoe diz estar profundamente apaixonado ultimamente. E essa paixão se reflete aqui de forma vívida. É um dos momentos mais inesperados e, de certa forma, mais belos de Battle Zone, encapsulando seu papel na ressignificação dos signos do footwork.

Selo: Planet Mu
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / Footwork

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

Postagem Anterior Próxima Postagem