Crítica | Blue


★★★☆☆
3/5

Nos vinte e um minutos deste simples EP de música eletrônica, podemos ver a forma líquida que o som criado por Cahl Sel toma em suas diferentes direções criativas, ora pendendo para formações mais modernas de techno ambiente, ora para entonações house, como na faixa-título, “Blue”, que marca para onde a produção quer ir.

No entanto, é na delicadeza com que esses sons são construídos que percebemos a verdadeira veia criativa da obra. Por mais assombrosas que sejam as quatro faixas, compostas ao vivo e polidas na pós-produção, elas nunca são densas demais. Na verdade, são bem fáceis de digerir e entender como parte de um conjunto que se aprofunda em aspectos locais — São Francisco — e uma estética que o selo Reflective Records parece ponderar em seus lançamentos.

Esse tom acessível é a principal característica do trabalho realizado por Cahl Sel, que com uma introspecção única parece adaptar as faixas para posicionamentos mais ambientais, atmosféricos e prontos para serem apreciados enquanto prepara uma deglutição total de suas intenções anti-monotonias do techno ambiente. É o contraponto que pode ser observado na faixa “Panoptic”, cujas texturas líquidas tomam a dianteira diante dessas explorações visivelmente nostálgicas ao longo do EP.

Selo: Reflective Records
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / Techno

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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