Crítica | The Breeze Grew a Fire


★★★☆☆
3/5

Quando seguimos nosso destino deixando nossa terra natal, tiramos um peso dos ombros? Mereba tem boas respostas para essa pergunta cruel. The Breeze Grew a Fire é como um sopro de amor que, misturado à saudade, soa como um livro aberto que nos conta pequenos fragmentos da história que ainda refletem na mente atual da artista; mesmo que peque na falta de interesse que paira ao longo de toda essa jornada.

O álbum nos leva ao ar ensolarado da Califórnia, especificamente aos bairros onde a cultura prevalece. O toque especial de Mereba ao longo do conjunto de faixas é sua voz, com um tom etéreo, que deixa o ouvinte em transe ("Ever Needed"). Como mencionado anteriormente, o enredo é seguido por memórias que são destacadas neste álbum, às vezes sua companhia com novos e velhos amigos ("Phone Me"), às vezes relembrando suas decisões de caminhar em direção aos seus sonhos e usar sua herança como guia nesta missão ("Spirit Guilding"). A simplicidade da instrumentação é um toque especial, lembrando vagamente o excelente Ten Fold de Yaya Bey. No entanto, vemos uma obra mais encorpada – ouso dizer menos crua – que dá uma sensação de paz iminente. Linda, diga-se de passagem.

Apesar dos elogios, há uma perda de força narrativa durante a finalização da obra. Nada do que foi construído anteriormente é destruído, mas o sentimento muda de repente e as músicas, infelizmente, tornam-se fracas – lembrando o que provavelmente Gracie Abrams faria (“Wild Sky”). The Breeze Grew a Fire é lindo em espírito, Mereba apresenta companheirismo, sentimentalismo e amor por sua ancestralidade. No entanto, suas montanhas-russas fazem perder o foco dentro desse universo intrigante. Faltou cuidado.

Selo: Secretly Canadian
Formato: LP
Gênero: R&B / Pop
Lu Melo

Estudante de Jornalismo, 18 anos. Amante da música e da cultura pop desde a infância. Escreve para o Aquele Tuim, integrando a curadoria de R&B e Soul.

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