Crítica | City of Clowns


★★★☆☆
3/5

O novo álbum de Marie Davidson, City of Clowns, enche a pista de dança com dilemas sobre tecnologia e modernidade. É uma ideia bastante interessante, considerando que, conforme avançamos como sociedade, estamos mais expostos à universalização de dados e, portanto, temos menos privacidade. De uma perspectiva musical, tudo isso implica uma consciência quase cyberpunk, e é por isso que City of Clowns encontra força nessa distopia do presente, fazendo isso por meio de sintetizadores e batidas que deixam álbuns como BRAT no chinelo.

É um álbum muito denso, e sua vantagem está em quão fortes são seus temas e como eles podem se relacionar com suas músicas. Faixas como “Contrarian” avançam e abordam o electroclash quase como se quisessem se transformar em uma rave futurista, com os pés saltando do chão a uma velocidade desconhecida pelo homem. Outras como “Demolition” são mais reconhecíveis, e embora espessas na sua construção quase nostálgica e penetrante, com um ritmo fragmentado e vocais que se transformam a todo o momento, acabam por construir uma espécie de tensão que faz de City of Clowns uma verdadeira sala de exposição do caos.

Selo: Deewee
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / Electroclash, Techno

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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