Crítica | cosa rara


★★★☆☆
3/5

A musicista colombiana Lucrecia Dalt retorna com cosa rara, um EP que reúne diferentes versões do single de mesmo nome e que, originalmente, conta com a participação ilustre de David Sylvian. A música se esvai delicadamente, mas em nenhum momento deixa de ser forte em sua entonação, cantada em sussurros, e soa poderosa diante dos imensos detalhes de percussão e narrativa furtiva que mira e atinge desejos profundos sobre o amor.

Enquanto os versos de David Sylvian sobrecarregam a atmosfera na peça original, a versão de Mabe Fratti com acordes sofisticados de violoncelo e violões acústicos, coberta de arranhões e seu sotaque característico, toma um caminho diferente, mas que está diretamente ligado às raízes da ambas as artistas em seus respectivos meios provocativos.

É de longe uma combinação perfeitamente construída. O EP fecha com uma versão, mais próxima de um remix, de Matias Aguayo, que organiza sintetizadores e uma profundidade mais eletrônica ao que a faixa parece capturar com certa abertura a estilos. Não é tão satisfatório quanto o que vimos anteriormente, mas chama a atenção pelo cuidado com que é feito.

Selo: RVNG. Intl
Formato: EP
Gênero: Pop / Experimental

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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