Crítica | Every Dawn's a Mountain


★★★☆☆
3/5

Um tema comum na carreira de todo artista são os lugares por onde ele passou. Os locais que seu GPS conseguiu registrar e os afetos — às vezes desafetos — que esses mesmos lugares provocaram nele. Every Dawn's a Mountain, de Tamino, é mais ou menos sobre isso. É, no entanto, um álbum sobre uma jornada; um passeio do eu que ele arrastou por vários cantos.

Embalado com um som acústico suave e meloso, as letras de Every Dawn's a Mountain são seu ponto forte. Em “Babylon”, por exemplo, ele declama: “Why does my heart not follow / Her to the end?”, como se criasse uma linha entre ele e seu par, agora distante, separados por barreiras que podem ser tanto físicas quanto imateriais — como é o caso de toda história que recorre à Babilônia, seus mitos, verdades e mentiras.

Tamino entende a necessidade de talvez transmitir o que sente, não tudo, e é por isso que há momentos em que o vazio parece mais interessante do que sua necessidade de compor e expor sua jornada. É nesse momento que Every Dawn's a Mountain cresce e se torna maior do que o esperado. Então a voz poderosa de Tamino atinge tons que só a descrença poderia descrever. É uma pena que esses momentos não durem muito; o que resta são músicas muito homogêneas, fazendo com que um álbum de apenas dez faixas pareça não ter fim.

Selo: Communion Group Ltd
Formato: LP
Gênero: Pop / Folk

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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