Crítica | Mela


★★★☆☆
3/5

Em Mela, a dupla Baalti afina seus instrumentos e melodias, fortemente inspirados nos festivais indianos, em busca de um sentido para guiar a intensidade com que o som que geram viaja pelo espaço e tempo sem ficar preso a ruminações de formalidade e classificação.

Eles estão sempre atentos a como conduzir a festa, e isso implica na variedade de fragmentos que usam a todo instante, sejam samples vocais revestidos de repetições que criam ritmo, ou objetos distintos que formam uma espécie de percussão desalinhada, mas muito coerente com a força antigravitacional que o EP tem como um todo (“Loose Leaf”).

O fato é que mesmo com essa naturalidade, Mela é totalmente ajustado a raves e ambientes mais caóticos fora das casas noturnas. O lado bom de trazer a eletrônica com tanta força de princípios e produção, o próprio trabalho que eles têm com o design de som, é que tudo parece amplificado ao extremo, a níveis radicais. E este é um dos discos de música eletrônica mais radicais de 2025 até agora.

Selo: Steel City Dance Discs
Formato: EP
Gênero: Eletrônica / UK bass

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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