★★★★☆
4/5
SALVATION é mais um passo estrondoso na evolução musical de Rebecca Black. A artista, que começou como uma piada na internet, se tornou uma grande promessa do pop alternativo nesta década. Neste álbum, ela retoma as ideias desenvolvidas em Rebecca Black Was Here e Let Her Burn, mas agora com resultados ainda mais formidáveis.
Desde 2021, a cantora tem se aproximando cada vez mais do cenário eletrônico, começando com seu remix hyperpop da faixa “Friday”, produzido por Dorian Electra. Nos dois projetos seguintes, ela explorou um pop eletrônico criativo, muitas vezes futurista e maximalista, alinhando com o movimento hyperpop. Essa evolução permitiu que ela construísse uma persona artística cativante, destacando-se como uma figura importante dentro do pop alternativo. Ao fazer isso, Black criou uma obra refrescante dentro desse cenário, ainda que seus dois discos anteriores ainda abrissem espaço para evolução.
Essa evolução é claramente evidente em seu novo mini-álbum, SALVATION, onde o eletrônico poderoso é potencializado em algumas das faixas dance-pop mais bem construídas dos últimos tempos. “Salvation” é uma canção eletrizante, marcada por versos energéticos com a eletrônica feroz, enquanto o refrão é melódico, com sintetizadores airosos, traz um contraste que funciona muito bem, criando uma música muito divertida. “TRUST!” mantém o tom do edm agressivo, com sequenciadores incessantes e sujos e a bassline distorcida que cria uma sonoridade oscilante, pulsante e sedutora. Já “Sugar Water Cyanide” adota uma abordagem semelhante à introdução, contrastando melodias leves e descontraídas com uma percussão mais desconcertante, lado a lado com momentos mais uniformes e melodias agradáveis da seção future garage.
“Tears In My Pocket” é arrepiante, com os baixos eletrônicos pulsantes no refrão que se transformam em sintetizadores poderosos e cativantes, alinhados à breakbeats divertidos. “Do You Even Think About Me?” é ainda mais surpreendente. O trance com a energia arrebatadora surge no refrão, acompanhado de synths eletrizantes no pós-refrão, que evoluem para um synthwave noturno. Em outro momento, os eletrônicos se distorcem enquanto a cantora repete o gancho da música, criando um clímax fascinante — é o ponto alto da canção, com uma dinâmica cheia de surpresas empolgantes. O EP finaliza com “Twist The Knife”, um house fantástico, com as melodias na base instrumental extremamente cativantes e a performance sedutora de Rebecca Black.
Com esse disco, acredito que a cantora alcançou seu maior potencial. Neste álbum, ela demonstra de forma poderosa a sua habilidade em criar músicas pop com melodias excelentes, acompanhadas de referências da música eletrônica fenomenais. Ela reafirma, de maneira muito mais sólida do que em seus outros registros, suas principais qualidades como artista: seu domínio sobre o que faz uma boa música pop e seu repertório musical fascinante, o que a torna uma figura de destaque.
Selo: Independente
Formato: EP
Gênero: Pop / Eletrônica