Crítica | Masking


★★★☆☆
3/5

Drum & bass pode estar em todo lugar, é verdade. A forma do gênero se tornou tão típica que reconhecê-lo de longe é uma tarefa fácil e, de certa forma, quase consensual. No entanto, há algumas distâncias que nomes como Forest Drive West proporcionam que tornam esse reconhecimento quase impossível ao ouvido nu. Seu novo EP para a Ilian Tape, Masking, trabalha com drum & bass sem sua bateria fixa, e por isso acaba sendo mais sombrio na forma como cria sua atmosfera quebradiça.

É como se, em momentos específicos — talvez até previamente calculados —, o disco elevasse o ritmo para nos lembrar de que, apesar da construção atípica, estamos sim diante do drum & bass. “Ziggurat”, por exemplo, intensifica as percussões a um nível quase desorientador, ao mesmo tempo em que desacelera, adotando um tom polirrítmico que flerta com um minimalismo distante. Esse minimalismo vai se aproximando aos poucos, colidindo com as barreiras erguidas pelas batidas, em uma espécie de dissonância controlada. Esses elementos surgem e desaparecem quase como uma insígnia da eletrônica refrescante de Forest Drive West, pairando sobre seu terreno plano de breakbeats que insinuam um drum & bass transmutado.

Selo: Ilian Tape
Formato: EP
Gênero: Eletrônica

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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