★★★☆☆
3/5
Uma das grandes falácias, por assim dizer, é a ideia de que quanto mais se exploram gêneros e se mantém a dita ‘coesão’ — no sentido mais amplo do termo —, melhor será o álbum. Pode até haver alguma equivalência aí, considerando o contexto de cada obra, mas é justamente essa noção que muitos críticos, cada vez mais, têm nos feito engolir à medida que discos como TELL DEM IT'S SUNNY são lançados.
Há de tudo aqui que esses críticos — especialmente os ingleses — adoram: uma melosidade de neo-soul que os vocais de Greentea Peng percorrem com excelência (“Bali Skit, Pt. 1”), batidas mais aceleradas com toques eletrônicos voltados à cena club local, mas que nunca extrapolam o rascunho de cada estilo proposto (“The End (Peace)”).
É um disco claramente habilidoso, mas que se perde nessa ânsia de provar ser diverso o suficiente quando, na verdade, sua diversidade soa literal e didática demais — como se Greentea Peng estivesse o tempo todo explicando o que está cantando, de que forma e por qual motivo. Seus temas sobre resiliência e crises pessoais aprofundadas são, de longe, os pontos mais interessantes ao longo do álbum, que, no entanto, tropeça em si mesmo na maior parte do tempo.
Selo: AWAL
Formato: LP
Gênero: R&B / Neo-Soul