Com Infinity Knives & Brian Ennals, Jane Remover, Skrillex, Marina Sena, DJ Koze, Panchiko, Black Country, New Road e mais!
Semanalmente, o Aquele Tuim trará a você os lançamentos mais interessantes e imperdíveis, entre discos e músicas de diferentes artistas e gêneros – claro, sempre focando nas nossas maiores especialidades: o alternativo e experimental. Além de destacar as novidades mais marcantes, nossa curadoria analisa o que realmente merece sua atenção, independente de juízo de valor – esse trabalho ficará para as críticas subsequentes aos projetos aqui mencionados.
A City Drowned in God's Black Tears - Infinity Knives & Brian Ennals (LP)
Imerso em um tema constante de representações atuais, A City Drowned in God's Black Tears, de Infinity Knives e Brian Ennals, toca nas feridas de muitas questões que o hip hop mainstream jamais teria forças para expor hoje. “A City Drowned in God’s Black Tears tenta ao máximo sua tarefa de dizer e urgir a reflexão, e se é murro-em-ponta-de-faca, é porque as vistas são de aquário, não de mar. E de presenciar afogamento.”
Abyss - Anika (LP)
Uma bagunça de momentos do rock, Abyss é uma carta de amor a coisas muito dispersas; parece que só os membros de Anika entendem a conexão entre elas. Um pouco de Nirvana (na era Bleach), um pouco de Nico, um pouco de Animal Collective, um pouco de… Les Rallizes Dénudés? Abyss sintetiza essas referências em uma só sonoridade, tão complexa quanto, à primeira vista, direta e acessível. Engraçado, é um álbum de rock para tanto quem ama quanto quem não gosta de rock.
Coisas Naturais - Marina Sena (LP)
As expansões de possibilidades dão um toque ao novo álbum de Marina Sena, Coisas Naturais. Este é um caminho que a artista vem trilhando desde o seu primeiro álbum, De Primeira, e segue construindo com consistência. O álbum tem gerado opiniões divididas — algo que também aconteceu com Vício Inerente — e há uma sensação de firmeza, mas com certa relutância, já que, em grande parte, seus elementos nem sempre estão bem definidos ou equilibrados.
F*CK U SKRILLEX YOU THINK UR ANDY WARHOL BUT UR NOT!! <3 - Skrillex (LP)
Retornando às origens do dubstep característico de Skrillex, o álbum F*CK U SKRILLEX YOU THINK UR ANDY WARHOL BUT UR NOT!! <3 foi lançado de forma surpresa na última terça-feira. Com basslines fortes e pesados, sub-graves que criam uma sensação de intensidade e drops seguidos por mudanças abruptas, o álbum percorre essas características ao longo de suas faixas, tornando-se cada vez mais intenso à medida que avança.
Forever Howlong - Black Country, New Road (LP)
Uma das bandas mais reverenciadas dos últimos tempos retorna com Forever Howlong, um disco que finalmente admite o amor da banda pelo pop rock e pela breguice do prog. Com a saída do vocalista Isaac Wood, nem parece que é o mesmo projeto, com uma sonoridade bem mais esperançosa e quentinha. Gostando ou desgostando dos outros álbuns da banda, Forever Howlong merece uma ouvida.
Ginkgo - Panchiko (LP)
A banda que voltou dos mortos lança seu disco A Volta Dos Que Não Foram: Ginkgo; ou seu disco Electric Bangaloo. Mais pop rock que nunca, a banda parece simular uma espécie de evolução natural; em 2000 eles faziam indie rock e trip hop, e agora Ginkgo se assemelha a um pós-britpop bem 2005. Com direito a aparição de um rapper numa música de rock (algo bem anos 2000) e 13 músicas gravadas completamente após a banda ter se reunido, o disco está brilhando como um dos grandes lançamentos do mundo indie.
Jellywish - Florist (LP)
Florist é uma banda de indie folk semi-reconhecida pela crítica. Seu trabalho ficou marcado por uma predileção pelo o que o silêncio pode dizer em contraponto com as letras agridoces e dedilhadas suaves no violão. Muita interseção com a música ambiente, com os sons não humanos. Jellywish parece mais pé no chão, mais tradicional em sua valorização da simplicidade e das letras num álbum de folk. Se isso é uma nova direção boa ou não, cabe a você descobrir e julgar.
Music Can Hear Us - DJ Koze (LP)
Music Can Hear Us será o primeiro álbum de DJ Koze desde Knock Knock, de 2018, e marca um retorno muito aguardado por qualquer um que tenha ficado animado com as colaborações do artista nos últimos anos. Sem dúvida, é um dos seus projetos com maior potencial de alterar a química do cérebro de uma comunidade inteira.
Revengeseekerz - Jane Remover (LP)
Jane Remover, um dos maiores ícones da internet dos anos 2020, faz de Revengeseekerz o retorno à suas raízes: hyperpop de verdade. Após ter explorado com sua forma de pós-hyperpop (shoegaze, pós-rock), esse novo disco apresenta músicas mais absurdas, mais divertidas e mais agressivas que nunca… isso, claro, se você esquecer que a Jane foi quem criou o dariacore. Tenho uma regra pessoal: se tem feat. com o Danny Brown, vale a pena ouvir.
star - 2hollis (LP)
Quando se pensa em artistas dando novos sentidos ao electroclash na atualidade, 2hollis é um nome fácil de mencionar. O próximo nepobaby do momento junta diferentes gêneros que circundam o electroclash e o hyperpop para formular músicas de produção bombástica e, normalmente, letras bem vergonhosas sobre amor e bobagens. Caso esteja em abstinência de música pop, star promete ser um bom remédio.
The Crux - Djo (LP)
Djo é um dos nomes mais interessantes que têm surgido no hypnagogic pop, e The Crux, seu novo álbum, expande ainda mais esse universo através do uso de sintetizadores vintage, samples e sons que evocam gravações de baixa qualidade ou perdidas no tempo. Embora não seja estritamente psicodélico, como alguns costumam afirmar, é possível perceber uma clara inspiração do gênero, especialmente nas mudanças de tom imprevisíveis, nas reverberações e na manipulação sonora.
Tags:
Radar AT